Guia Espiritual

O guia espiritual pode ser considerado uma das maiores e melhores pontes para o reinos dos céus que Deus deixou à disposição de cada ser humano na Terra.

Dotado de experiências vastas na Terra, em especial aquelas que faltam ao seu guiado, o guia espiritual tem várias denominações como amigo espiritual, guru, mentor espiritual, enfim, todas, mostrando esta conexão de aconselhamento, inspiração e facilitação no mar da existência terrestre, trata-se da mesma entidade.

O Guia espiritual não pode, pela essência da sua tarefa, ser muito distante espiritualmente da pessoa guiada, por exemplo afirmar que o próprio Jesus é guia espiritual individual da pessoa, isto está certo em um sentido figurado, se considerarmos Jesus como aquele que inspira e dá norte a uma vida voltada à espiritualidade, casta, que busca sair dos emaranhados das tentações e frustrações terrenas para uma vida nobre e espiritualizada, mas não é certa na medida em que Ele faz aconselhamentos diretos e pessoais.

Para ser guia espiritual de uma pessoa, a ligação pessoal facilita e melhora a conexão entre guia e guiado, não sendo raros os casos onde o guia espiritual tenha sido um amigo ou até mesmo parente em outras vidas, e estando em melhores condições do que o guiado, a tarefa de mentor espiritual pode ser realizada.

Segundo a obra na Luz da Verdade, de Abdruschin, o guia espiritual está como que um degrau a mais, na evolução do que seu guiado, tendo, com isso, mais experiência e conhecimento nos assuntos que o guiado precisa para seu caminho espiritual.

Na literatura espírita, podemos citar duas figuras conhecidas, de Chico Xavier e Divaldo Franco que tiveram revelados quais eram seus respectivos mentores, o quais consistem em verdadeiros alívios, oásis de conhecimento e ternura, que, embora justos e severos, são e foram sábios para seus guiados.

O Guia de Chico Xavier, o qual nesta época psicografou dezenas de livros, teve diversas encarnações na face da Terra sendo a última como padre católico, mas antes, uma das principais encarnações suas foi do senador Públio Lentulus, que teve a graça de encontrar pessoalmente Jesus, quando, a pedido de sua mulher, vai até o profeta nazareno para buscar como último reduto de esperança para sua filha que sofria com lepra.

O encontro com Jesus está descrito no livro Há 2000 anos: mesmo antes de encontrar Jesus, no caminho até encontrá-lo, o nobre senador entra em prantos, começa a chorar por um turbilhão de emoções que invade seu coração e, ao avistar Jesus, sua beleza encantadora e sublime, bem como a força que dele emanava, teve de ajoelhar-se no chão!.

A conversa fora breve e profunda, Jesus a seu modo simples e direto, fez um convite e Públio Lentulus para que ele o seguisse naquele momento ou somente nos milênios vindouros, quando as diversas vidas terrenas e seus respectivos sofrimentos viessem a temperar seu espírito, para só então levá-lo ao Amor de Deus e à experiência da felicidade verdadeira que Deus promete aos seus, naquele momento, todavia, ele ainda era vaidoso, orgulhoso, que podia mandar e desmandar na sua época, pois era tido como uma das figuras públicas mais importantes de Roma naquela região.

O encontro ficara gravado em seu espírito para sempre, encontro esse que norteou suas próximas encarnações. 

Não era à toa que logo na seguinte ele tivera de vir como escravo Judeu com nome de Nestório. A alternância entre riqueza e pobreza, penúria e conforto fez-se valer para ele.

O Guia espiritual de Divaldo Franco, Joana de Angelis, que teve seu nome em uma das últimas vidas, como Joana Angélica, na última encarnação terrestre, viveu no Estado da Bahia, como gestora de uma comunidade católica de freiras, onde se tornou Abadessa.

Foi admitida em uma escola de freiras desde os 20 anos de idade, sendo considerada uma das mulheres que lutaram pela independência do Brasil, uma vez que sua desencarnação se deu em uma época em que se buscava a independência do Brasil em fevereiro de 1822. 

Era uma mártir, na medida em que morreu para salvar um grupo de freiras que estavam sob sua custódia no convento Nossa Senhora da Lapa.

Divaldo Franco conta que, após vários anos trabalhando em conjunto com a ex-freira desencarnada, ela mesmo o contou o fato, que está devidamente registrado nos documentos históricos de museus e Prefeituras, confirmando a personalidade e ocorrência do fato.

Era o ano de 1822, alguns soldados Portugueses estavam invadindo a Bahia, a fim de tornar o local um forte apoio dos Portugueses que não queriam deixar o Brasil se tornar independente, depois da Bahia eles iram tentar a derrocada do Imperador que viva no Rio de Janeiro, estes soldados portugueses eram bancados pela coroa Portuguesa, eles invadiam as casas, torturavam homens e mulheres simples na falsa afirmação que eram o revoltosos.

Quando viram que se tratava de um convento, tentaram invadir o local, batendo com baionetas e martelos o portão de entrada do convento que lá se encontra até hoje.

Na ocasião, um monge, que protegia o local, foi morto pelos soldados, para logo depois a Joana Angélica, a qual estava de braços abertos com crucifixo na mão para evitar que eles adentrassem no local, o que resultou em sua morte.

A investida dos soldados foi infrutífera, na medida em que as freiras, aconselhadas pela Abadessa, fugiram pelas janelas no grande quintal do convento vindo a espalharem-se pelas casas vizinhas.

A partir deste pequeno relato das duas figuras humanas, que evangelizaram-se na Terra com as experiências que levaram ao reconhecimento do Amor Divino, vemos que os guias espirituais também precisam de experiências terrenas, para sua própria evolução, a fim de bem guiar a pessoa na Terra, na grande maioria dos casos.

As maneiras pelas quais uma pessoa pode perder, ao menos temporariamente, a conexão com seu mentor é quando se encoleriza, quando perde as estribeiras, o juízo, vibração desarmoniosa esta a qual tem o poder de romper a ligação com o guia, cujas consequências o destemperado tem de arcar sozinho, para seu próprio prejuízo.

Inteligência emocional, portanto, minimizam as chances de perder o contato com o Guia Espiritual, podendo a pessoa na Terra ter amenizados os prejuízos da falta e ligação com seu mentor.

As maneiras pelas quais podemos fortalecer a ligação com nosso mentor espiritual é pela maneira que Jesus nos ensina: pela oração e pela prece dirigida.

O mestre mesmo disse em Mateus, Cap. 7: “pedi e dar-se-vos á, buscai e encontrareis, bateis e abrir-se-vos-á”, isto é, o mestre nos ensina que, quando estamos buscando algo, nada impede que, cheios de energia e humildade solicitemos para nosso guia espiritual, ele não nos trará nada de mãos beijadas, mas, ao menos, clareza no pensar, serenidade e paciência nos trarão a base para conseguirmos os frutos de nossas intenções.

No próprio encontro com Jesus, numa encarnação de mais de 2000 anos atrás, O guia espiritual de Chico Xavier, o então Públio Lentulus foi advertido pelo mestre que não era a fé dele que iria salvar sua filha Flávia, já que esta era fraca e sem o devido desprendimento, mas sim a fé de sua mulher, Lívia, que cumpria o papel de mãe e gestora do lar do então Senador, esta sim tinha fé em Cristo e depositava esta confiança plenamente, sem reservas.

A respeito da fé, a qual fica evidente nesta passagem, também podemos evidenciar os benefícios da disciplina, uma vez que estas foram as palavras chave ditas então por Emanuel, o qual, próximo a uma represa, comenta para Chico que as únicas três coisas que este deve fazer para cumprir o papel de médium espírita era ter disciplina, disciplina e disciplina.

Emanuel é uma espécie de nome reduzido da última encarnação de Manuel de Nóbrega, um Jesuíta, que ajudou a fundar a cidade de São Paulo e outras cidades do Brasil na época de 1500. Manuel de Nóbrega era um sacerdote jesuíta Português, que mantinha os ideais de fé e pureza, cativando os índios com suas preleções sobre Jesus e a espiritualidade.

Em épocas antigas, há mais de 5000 anos atrás não era raro as pessoas realmente ouvirem a voz dos seus respectivos guias espirituais a fim de evitar erros, enganos e cometerem desvios de conduta, o que a humanidade, influenciada pelo espírito caído e vaidade própria, resolveu tapar os ouvidos religiosamente, preferindo seguir os sons de seu próprio raciocínio, cuja música parecia ser mais doce, suave e condizente com suas fraquezas.

Por isso, não se ouve falar tanto quanto poderia dos auxiliares espirituais, que não incentivam os exageros da corrida desenfreada aos luxos e vaidades humanas, como foram sendo afastados ao longo dos milênios, na época atual podem parecer “coisa de outro mundo”, mas que estão presentes nos assuntos da vida humana.

Uma pessoa pode ter vários auxiliares, alguns tem até cinco e eles podem, por vontade própria se afastar do guiado se este com o tempo não consegue cumprir os desígnios reencarnatórios ou se afasta sobremaneira dos avisos do guia, este então pode ir guiar outro, que tenha vibração mais aproximada do mestre espiritual.

O guia é, em todos os casos, uma benção, uma dádiva, uma prova de amor do criador para com suas criaturas, que nunca estão abandonadas, ainda que não consigam enxergar seus auxiliares que estão pronto a ampará-la e protegê-la, em especial quando procuram ouvir seus conselhos e intuições.