Filosofias que comprovaram as vidas sucessivas – reencarnação –

Vamos estudar hoje as diferentes filosofias/religiões as quais já constataram as vidas sucessivas como ferramenta para o desenvolvimento espiritual

ESPIRITISMO

A doutrina da reencarnação também está presente no Espiritismo, filosofia codificada pelo educador francês Allan Kardec no século XIX, tendo por base o Cristianismo e mensagens psicografadas de Espíritos desencarnados.

No Espiritismo, assim como em algumas correntes filosóficas orientais, cada pessoa atravessa diversas encarnações físicas como resultado do livre arbítrio e leis morais universais. A alma é um princípio espiritual imortal que se desenvolve através de sucessivas vidas, até alcançar a perfeição espiritual.

Entre uma encarnação e outra, o espírito retorna brevemente ao mundo dos Espíritos, como uma etapa de descanso e planejamento da próxima experiência terrena, que visa sanar erros, progredir e trazer ensinamentos aos demais.

Grupos de estudos e passes (evocação de Espíritos) buscam compreender as leis que regem o desencarne, o mundo invisível e a evolução das almas. Além disso, centros espíritas prestam assistência aos enfermos e encarnados em geral, visando suavizar as transições entre as vidas físicas e espirituais.

A reencarnação espírita é uma doutrina que traz perspectivas de responsabilidade, progresso e esperança, baseada no constante aprimoramento em planos mais elevados de existência.

 

ORDEM DO GRAAL NA TERRA

A Ordem do Graal na Terra, conforme estabelecida por Oscar Ernst Bernhardt, conhecido pelo pseudônimo Abd-ru-shin, é baseada principalmente em sua obra “Na Luz da Verdade”, uma coleção de sermões espirituais que constituem os fundamentos da filosofia da Ordem.

Na obra “Na Luz da Verdade”, Abd-ru-shin aborda diversos aspectos da vida espiritual, incluindo a natureza da alma e sua jornada evolutiva. Ele descreve a existência da alma antes do nascimento e após a morte física, enfatizando a continuidade da vida espiritual para além da vida terrena.

Abd-ru-shin explica que a alma é imortal e passa por uma série de encarnações na Terra, em um processo de aprendizado e evolução espiritual. Ele descreve a reencarnação como uma oportunidade para a alma experimentar diferentes situações e aprender lições necessárias para seu desenvolvimento. Cada encarnação oferece novas oportunidades de crescimento e progresso espiritual.

Portanto, a correlação entre a Ordem do Graal na Terra, baseada nos ensinamentos de Abd-ru-shin, e a reencarnação está profundamente enraizada na compreensão da alma como uma entidade eterna que passa por múltiplas encarnações em sua busca pela perfeição espiritual. Essa visão da reencarnação é central para a filosofia da Ordem do Graal na Terra, guiando os membros em sua jornada espiritual e no desenvolvimento de uma compreensão mais profunda da vida e do propósito humano.

 

HINDUISMO

O conceito de samsara e reencarnação faz parte integrante da visão de mundo hindu desde os primórdios da sua formação filosófica, há mais de 3000 anos atrás, principalmente no subcontinente indiano.

Nos antigos Vedas, Upavedas e Upanishades, textos fundadores do saber indiano, já se encontram as primeiras menções à lei do karma e às sucessivas reencarnações da alma individual (atman), em seu caminho rumo à moksha ou libertação do ciclo de renascimentos.

Autores proeminentes como Yama, Nārada e os princípios contidos no Bhagavad Gita de Lord Krishna aprofundaram esses ensinamentos. A ideia central é de que nossas ações e modo de ser em cada vida definem nosso destino na próxima encarnação, seja ela humana, animal ou outra forma de vida.

A tradição vai além e confere igual importância a TODOS os seres vivos, pregando o respeito à todas as formas de alma que sofrem sob o jugo do karma. Essa sabedoria está intrinsecamente ligada às comunidades camponesas, bramanes e ascetas que por séculos cultivaram a terra fértil do Indostão, berço dessa visão cíclica e não-dualista do cosmos.

A reencarnação hindu ensina a interconexão de todos nós e a responsabilidade pelos frutos de nossos atos. É um lembrete poético da transitoriedade da vida e da necessidade de evoluir espiritualmente a cada renascimento, até alcançarmos a libertação final.

BUDISMO

A doutrina da reencarnação também desempenha um papel central no budismo, religião fundada por volta do século V a.C. no norte da Índia pelo princípe Siddhartha Gautama, o Buda histórico.

Assim como no hinduísmo, a base é o conceito kármico – nossas ações geram frutos que determinam nosso estado de existência futuro. Contudo, o budismo enfatiza ainda mais a impermanência e o não- self em oposição à ideia de um eu absoluto.

Acredita-se que após a morte, o “fluxo causal mental” (bardo) continua até um novo renascimento. Textos budistas antigos descrevem meticulosamente as experiências desta fase intermediária. Achados arqueológicos de estupas também indicam rituais fúnebres visando guiar a alma do falecido.

Escolas theravada e mahayana concordam com a reencarnação, contudo diferem sobre a existência ou não de um eu transcendental. Para ambas, o objetivo é pôr fim a este ciclo através da iluminação (nirvana), estado onde se extingue o desejo e o sofrimento associado ao renascimento.

ERROS COMUNS

Alguns espíritas e espiritualistas vêem na reencarnação um motivo de de afrouxamento espiritual, pois pensam: “já que tenho muitas vidas, posso relaxar um pouco na busca espiritual e deixar para estudar e praticar a espiritualidade na próxima vida, se eu melhorar só um pouquinho já está bom para a presente encarnação”. Isso constitui um erro, pois o tempo do Ser Humano na Terra não é ilimitado e ele tem de prestar contas até mesmo deste tempo. Lembramos que a evolução espiritual deve ser a prioridade, pois, como diz um ditado popular, não somos criaturas humanas tendo experiências espirituais, mas sim criaturas espirituais, tendo experiências na Terra.

CONCLUSÃO

A reencarnação é vista por sábios de muitas tradições como parte do plano evolutivo das almas. Seja no Hinduísmo, Budismo, Jainismo, Espiritismo ou em crenças antiquíssimas, todas ensinam que após a morte, nosso espírito é reencarnado de acordo com as lições ainda por aprender.

Esta jornada contínua de renascimentos busca a purificação dos desejos e o despertar para a Divindade interior, através do amor em ação, até que se alcance o desprendimento final dos laços materiais, encerrando assim o interminável ciclo de causas e efeitos. Embora este tempo possa chegar a milhares de anos, todos os encarnados na Terra são almas antiquíssimas, cujo tempo de reencarnações está em sua fase final, não podendo mais deixar para depois ou crendo que evoluindo somente um pouco será suficiente para esta vida. Compreender essa sutil verdade pode aproximar as pessoas de verdadeira sabedoria e compaixão por toda a vida que as rodeia.