O espiritismo defende que passemos de uma crença cega para uma crença raciocinada, isto é, que a fé seja baseada em convicções oriundas de um raciocinar e reflexões sérias, preferencialmente científicas, ou seja, que possam ser comprovadamente testadas e validadas, seja por meio de paridade de ideias, por meio de sistema de pesos e contrapesos, por meio de comparações com outros sistemas e descarte de teses inúteis.
Este é um ponto em que muitos que se dizem incrédulos ou ateus se apegam: enquanto a ciência admite uma mudança constante, ou seja suas próprias bases podem ser questionadas e revistas a qualquer tempo, os citados não admitem que possa haver, por outro lado, uma imutabilidade, segurança e uniformidade nas questões do Divino e espiritualidade, isto é, este também deve aceitar a mudança, os casos isolados, pois, já que é Deus, se pode tudo.
Ora, onde estaria a perfeição de Deus senão em sua beleza matemática, justa e simples as quais podem ser vistas, inclusive na natureza, obra primária Divina?
A lei da semeadura é simples, porém trabalha de forma matemática, de tão justa que é: “o que semeia injustiça segará males”, “porque semeiam ventos, segarão tormentas”, bem como quem semeou avareza, colherá frustração…não seria essa característica típica de efeito líquido e certo da criação?
Alan Kardec no livro dos espíritos, questão 648, em que trata a lei natural, pergunta “Que pensais da lei natural em 10 partes entre elas, trabalho, adoração, conservação, progresso, liberdade, justiça, amor e caridade?”
A resposta é que “podemos segui-las todas, não as tomar por absoluto, e que a principal é a última, sendo que ela resume todas as outras”.
A caridade, portanto, mesmo sendo a mais importante segundo o espiritismo, não deixa de considerar outras como válidas, sendo possível e recomendado segui-las, verificá-las, apreciá-las no decorrer da existência terrena e depois.
A questão do progresso se verifica na natureza, sendo previsível, por exemplo, no nascer, crescer, desenvolver, e por fim morrer, que nada mais é do que a troca de forma, o transmutar-se em outra forma, porque o morrer, por si só, não existe, a morte aparenta um fim, mas tudo na natureza se aproveita, se transmuta, a energia em si é indestrutível.
Em matemática existe o Phi, conhecido como o número de ouro, descoberto quase 300 anos antes de Cristo, pois pode ser visto em toda a natureza, onde há crescimento, maturação, progresso, o número phi está lá, bem como suas variâncias.
Também conhecido como o número da beleza, pois diversas obras arquitetônicas e quadros como o da Monalisa podem ser vistos a proporção áurea, onde cada número seguinte é a soma do anterior mais um, tal teoria se mistura com a sequência de Fibonacci.
Pode ser definido como 1,61 ou seu divisor, 0,61, bem como o número em questão ao cubo, que resulta em 4,2, vejamos alguns exemplos onde este número e suas variações podem ser encontrados, somente alguns exemplos, pois o mesmo pode aparecer “infinitamente” na natureza:
- Na formação de uma árvore ou planta, do seu tronco para a formação dos galhos e por fim das flores ou folhas
- Na formação dos mares e rios, vistos pelo espaço
- Na formação do corpo humano, por meio da forma dos cromossomos e do genoma humano
- A formação física de um caracol
- A formação física da via láctea e outros sistemas de formação estelar
- A formação da mão, braço e relação com o tamanho do corpo todo
- A aparência e formação dos neurônios do cérebro
- A relação entre os batimentos cardíacos do beija flor, 1200 batimentos por minuto e, antes, 600 batidas por minuto
- O número e forma de crescimento de um girassol, das sementes em sua formação
- A estrela de Davi, sua divisão e dobro das partes
Enfim, o número de ouro nos lembra que vivemos em um mundo que aparenta o caos, mas que, no meio do caos em que vivemos existe, em sua estrutura uma certa ordem a qual pode ser entendida e vista com um olhar um pouco mais criterioso.
Matemáticos, em sua particularidade científica, nos ajudam, por meio da exibição do número Phi uma vontade divina: Ele proporciona o livre arbítrio para as pessoa tomarem suas decisões aleatórias e subjetivas, no entanto, as raízes ou estruturas de suas decisões estão implacavelmente submetidas à lei do crescimento, plantio e colheita.
Uma árvore não tem como crescer, essencialmente para os lados e com galhos mais espessos do que o tronco, ao passo que uma pessoa que queira fazer somente o mal, no final das contas irá agredir, primeiro e mais fortemente ela mesma, em vez de centenas ou milhares de outras pessoas ao seu redor.
Pelos frutos se conhece a árvore.
Não é interesse do presente texto analisar o número Phi em si mesmo, pois o assunto não é de matemática pura, mas sim verificar qual a maneira que as leis naturais, descritas nas obras espíritas e espiritualistas se manifestam livremente na natureza, para nossa livre apreciação e associá-las, da maneira melhor maneira possível, com a questão espiritual do Ser Humano, isto é, aquilo que pode influenciar positiva ou negativamente nos destino que esse traça para si mesmo no emaranhado das possibilidades, do tecer de seu próprio tapete da existência.
Uma curiosidade sobre o entendimento dessas leis espirituais é que cada matemático “de sucesso”, como no presente caso, que existiu há mais de 500 anos atrás, Leonardo Da Vinci, em sua obra Monalisa, ou o Fibonacci, que desenhou a famosa sequência de Fibonacci, presente nos mercados financeiros, na arte e na arquitetura, a qual pode ser vista na construção das Pirâmides, cuja engenharia e arquitetura espanta até hoje os mais diversos estudiosos, cada bloco, para a sua construção, tem 1,61x o bloco maior aquele imediatamente anterior, é que estes artistas primeiramente precisaram estudar e se adaptar a esta fenomenologia a fim de obterem sucesso em suas obras.
O contrário é verdadeiro ao afirmar que se uma pessoa, espiritualmente, desejar caminhar contra o fluxo das leis espirituais, tende a se prejudicar a si mesma, sendo arrastada e machucada caso queira se opor ou até mesmo contrariar estes fenômenos naturais e facilmente identificáveis.
Agir com raiva e desprezo, procurar destruir em vez de construir, observar somente o mundo fenomênico, em vez de suas causas primeiras, espirituais e divinas, causar discórdia, desprezo e balbúrdia em vez de equilíbrio, justeza e paz, tanto nos pensamentos, quanto ações e intuições são formas de atuar contrariamente às leis da natureza, fazendo com que os resultados sejam feios e desarmoniosos no desenvolvimento natural dos efeitos, contrários à lei da natureza, belos e harmoniosos.
Neste quesito, até mesmo na música, nas artes, nas ciências econômicas, tudo é perpassado e inteiramente envolvido por estas leis naturais de tal modo que seu conhecimento pode deixar estarrecido e com os cabelos em pé qualquer um que possa raciocinar friamente.
Este desenvolvimento sistêmico e regular na natureza, das formas visíveis também podem ser constatados nas formas invisíveis, ou seja, nas leis espirituais, assim como vimos ser publicado no filme Nosso Lar.
Antes da publicação do filme milhões de pessoas ao redor do mundo se questionavam como seriam os mundos mais finos, etéreos da criação, disponível depois que nos despimos do manto da carne, como estes seriam?
Uma das respostas mais simples do que a simples retratação do Nosso lar talvez não exista, uma vez que mostra um mundo no qual as pessoas aprendem, estudam, convivem uma com as outras, por meio de regulamentos, métodos de convívio em sociedade que não muda muito daquilo que vivenciamos na Terra.
A Terra, de certa forma, é um fractal do Nosso Lar, ou seja, um mundo que denota ou repete muitos aspectos de outro que já existe.
Não poderia ser diferente, da mesma forma que um galho de árvore é a representação da própria árvore, como um fractal menor, assim também o mundo espiritual, que vem primeiro, por ser mais perfeito e próximo de Deus, é um fractal do mundo Divino, ainda maior e mais perfeito, existente muito acima da criação material.
As formas, ainda que angélicas dos Seres que vivem no mundo ainda invisível para nós, não tem muita diferença com nosso corpo físico, utilizado aqui na Terra.
Os fractais desempenham na matemática um fator fundamental para explicar a repetição e o número de ouro, o Phi, que se repete tanto nas formas pequenas, microscópicas, bem como nas formas grandes, que formam constelações estelares com seus milhares de mundos inseridos nestes.
A forma com que os mares adentram as terras, as quais se subdividem em córregos e correntezas, pouco diferem das águas de rio doce, oriundas das montanhas, é uma repetição do que já existe, a forma com que o sangue é distribuído para os órgãos e peles por meio de artérias e vasos sanguíneos pouco diferem, sendo uma espécie de fractal da distribuição das águas na Terra, alimentando-a com oxigênio e demais nutrientes essenciais à vida. Uma outra forma visível dos fractais.
Se dividirmos a forma arredondada do caracol encontraremos a sequência de Fibonacci com as mesmas proporções, se bem que muito maiores, na forma abobadada da via Láctea, que começa começa e se forma como uma espiral, um nada mais é do que o fractal do outro, na estrutura aparentemente invisível da formação do Universo as leis são uniformes, belas e simples.
A lei do progresso é constante na criação, seja na formação de mundos, corpos físicos e, por conseguinte na coroa da criação, o Ser Humano, que tem como meta enobrecer e espiritualizar tais processos mecânicos e automáticos da natureza. Adorar, respeitar e seguir com a natureza não é fraqueza, mas sim sinal de inteligência e reverência para algo grandioso e que nos favorece nos caminhos da perfeição.
É desejo de Deus que as formas fantasiosas, oriundos de pensamentos anárquicos deixem de existir, para desenvolvimento das próprias criaturas humanas que tanto anseiam viver em paz e harmonia, para tal, as leis naturais devem ser compreendidas tais como são, cientificamente.